por Antonio Silva
CRÔNICA LIDA NA RADIO CITE GENÉVE, SUIÇA
PROGRAMA “PORTUGALIDADES”
“POSTAL DE PORTUGAL” Nº 441
O mundo louco
dos números....
Recentemente uma amiga me enviou um poema com o titulo “Revisão dos
14235 dias...”, exatamente os seus dias de vida, e nele coloca de dez em dez
anos uma evolução, uma afinidade, e uma forma de encarar a sua vida. Quando
acabei a leitura, quase automaticamente peguei no papel para verificar qual
seria o número que encontraria comigo, porque na verdade nunca tinha pensado
nesta vertente de quantificação de dias e encontrei quase um dobro daquele...
Neste universo de tempo
em que nos
materializamos, em que
opinamos, divergimos, guerreamos e amamos, interessante seria haver a
possibilidade de analisar nessa amálgama de dias passados, quantos foram de
felicidade e quantos de infelicidade, quantos de esperança e de desespero e
quantos de lágrimas e sorrisos. Assim, seria verdadeiramente interessante ficarmos a saber se a orientação que julgamos
atribuir aos nossos dias, foi o melhor ou se o numero maioritário corresponde a
componentes negativos, decerto contribuindo para muito do infortúnio de outros.
A matemática e a vida
sei que são coisas nada afins, mas agora que trouxe o assunto à minha NOTA
ficou decerto a pensar que realmente também gostaria de saber como anda seu
saldo de “qualidade verdadeira de vida”.
Mesmo com a disponibilidade de tempo que realmente talvez hoje possua
não me seria difícil, doravante no termo de cada dia, analisá-lo e atribuir-lhe
a tal conotação, mas será que vale a pena? Acho que não, até porque depois que
interesse teria isso, se o dia final eu não o saberei jamais, e toda a
inventariação qualificativa não serei eu a fazê-la...
Resta só adicionar que a minha
amiga Adriana Aneli Costa Lagrasta fica como responsável espiritual desta
crônica, que num dia de Primavera saiu num convite encapuçado de simplicidade,
mas que de simplicidade não tem realmente nada....
___
*** o poema a que se refere a crônica é este aqui:
Revisão dos 14235 dias...
Aos 9, entre bonecas
histórias em quadrinhos
vestindo sonhos, fantasias
aprendi que sorrir adeuses
aumenta a chance de um novo encontro
Aos 19, entre aulas de direito
burocráticos carimbos
brincando de ser mãe
aprendi a calar adeuses
por acreditar em reencontros
Aos 29, entre sustos
rompimentos
amor escapou pela janela
aprendi que chorar adeuses
não diminui a dor do desencontro
Aos 39, entre amigos
poemas
amor maduro me ensina
que não pensar em adeuses
é a grande alegria da vida.
Adriana Aneli, 39 anos
"Aneli revisited: a balada da badalada das 9"
José Jardim
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*** o poema a que se refere a crônica é este aqui:
Revisão dos 14235 dias...
Aos 9, entre bonecas
histórias em quadrinhos
vestindo sonhos, fantasias
aprendi que sorrir adeuses
aumenta a chance de um novo encontro
Aos 19, entre aulas de direito
burocráticos carimbos
brincando de ser mãe
aprendi a calar adeuses
por acreditar em reencontros
Aos 29, entre sustos
rompimentos
amor escapou pela janela
aprendi que chorar adeuses
não diminui a dor do desencontro
Aos 39, entre amigos
poemas
amor maduro me ensina
que não pensar em adeuses
é a grande alegria da vida.
Adriana Aneli, 39 anos
"Aneli revisited: a balada da badalada das 9"
José Jardim
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